
Em um feito que já entra para a história do futebol mundial, Cabo Verde garantiu na última terça-feira (14) sua vaga inédita na Copa do Mundo 2026, tornando-se o menor país em extensão territorial a participar da competição.
Da independência ao Mundial
O arquipélago, com aproximadamente 600 mil habitantes e pouco mais de 50 anos de independência de Portugal (1975), pisa agora pela primeira vez no palco mais disputado do futebol mundial.
Com seus 4 mil km² de extensão, Cabo Verde tem um território equivalente a um quarto do tamanho de Sergipe, o menor estado do Brasil.
A classificação veio com autoridade: uma goleada por 3 a 0 sobre Essuatíni, a última colocada do grupo D das classificatórias africana.
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Metade da seleção não nasceu no país
O aspecto mais simbólico da campanha cabo-verdiana talvez seja seu DNA da diáspora. Para atingir a classificação inédita, a equipe teve de cruzar o Atlântico para buscar atletas para representar o país.
Metade do time que entrou em campo no jogo decisivo não nasceu em nenhuma das 10 ilhas que compõem o arquipélago.
Dentre eles:
- Roberto “Pico” Lopes, zagueiro nascido na Irlanda;
- Steven Moreira, lateral com raízes na França;
- Willy Semedo, meio-campista francês por nascimento;
- Jamiro Monteiro e Dailon Livramento, ambos nascidos em Roterdã, Holanda.
Essa é uma característica comum da seleção, além dos jogadores apresentados, em convocações recentes já vieram jogadores de Portugal, Holanda, França, Suíça, Suécia e Noruega.
Convocação pelo LinkedIn
Outro fato curioso causado pela diáspora cabo-verdiana, é o caso do zagueiro Pico, que teve sua convocação para seleção feita pelo LinkedIn, em 2018.
Filho de pai cabo-verdiano e mãe irlandesa, Roberto “Pico” Lopes chegou a defender seleções de base da Irlanda, seu país de nascimento.
Mas quando recebeu uma mensagem do antigo técnico pelo LinkedIn, simplesmente a ignorou — afinal, não falava português e não entendeu o convite.
Um ano depois, o treinador insistiu, conseguiu contato e, dessa vez, convenceu o zagueiro do Shamrock Rovers a vestir a camisa do país de origem de seu pai.
“Achei que a mensagem era um spam. Eu deveria ter usado o Google Tradutor antes”, disse o zagueiro em entrevista ao site da Fifa.
Brasil distante, inspiração próxima
Para além da paixão pelo esporte e a língua de origem lusófona, diversos clubes de Cabo Verde são espelhos de times brasileiros — em nome, escudo, cores ou estilo.
Confira a seguir alguns deles:
Sport Club Corinthians de São Vicente (ilhas cabo-verdianas)
Inspirado no Corinthians paulista, com presença ativa em categorias de base e projetos sociais.

Botafogo de Cabo Verde (Ilha do Fogo)
Mescla identidade com o Botafogo carioca e inspiração no Botafogo de Ribeirão Preto.

ASC Figueirense (Ilha do Maio)
Fundado em 2010, faz clara homenagem ao Figueirense de Florianópolis.

Cruzeiro Calheta do Maio (Ilha do maio)
Fundado na Ilha do Maio, em agosto de 2000, faz referência ao clube mineiro.

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